E se acordei na madrugada, foi pra enganar o tédio. Foi pra apresentá-lo a uma longa manhã e enfiar na sua cabeça que o dia tem três pedaços. Queria cansá-lo. Talvez o próprio tédio se entediasse de me entediar, se cansasse e me deixasse em paz.
Tentei acreditar numa nostalgia de tempos não vividos, saudades de um lugar que nunca vi. Mas não tem como. A verdade disto está na poesia de escrever e não na mentira de sentir.
E se cada dia me afasto da infância, é fazer força pra não acreditar que depois dos 10, tudo é decadência. É esperar um amanhã melhor, porque a certeza de um ontem mais legal é me importar demais com o dia de hoje. Parece que o copo cheio fica cada vez mais vazio, do meio pra cima.
Fico cego ao enxergar o doce, acho pesado o verde com vermelho, roxo e amarelo; De tocar sua alma e ouvir sua dor. É pensar que os sentidos não fazem sentidos quando não seguem a ordem de sentir o que temos de sentir, onde temos de senti-los. É confuso. Leviano. Vivaz demais.
E se me chamam de forte, foi por culpa da rejeição e hoje sou até capaz de rir e de fazer piadas disso. E pensar que ser fraco é tão lícito.
E ela tinha razão. “Carência e proximidade”. Era só confusão mesmo. Foi como beijar minha irmã, para tanto fiquei mais aliviado e ela também. Pelo menos superamos a ‘caretice’[de somos amigos], pena não existir prêmio pra isso.
Por Sanchez
1 Copos na Mesa:
Sanchez me surpreende...
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