Diário (?)

...era tarde da noite, já no segundo bar. A oitava ou nona cerveja, nem sei. A troca de olhares era constante, mas a distância entre nós não me dava certeza se aqueles olhares que vinham da última mesa do passeio eram realmente pra mim. A dúvida, além da vontade, era grande. Eis q ela passa, indo ao banheiro e ali, parado, só pensando em como seria seu gosto, um misto de cevada e nicotina, já que ela fazia uso dos dois... ...passado algum tempo me levantei e segui o caminho que me levaria ao encontro dela - e da latrina - já meio tonto pela quantidade de álcool que circulava por mim, achei que teria coragem suficiente pra fazer o que eu achava que devia ser feito. Quando cheguei lá - no banheiro - ela tinha acabo de entrar pro reservado, como o masculino estava livre, entrei, me confundi com o zíper da calça, acertei o vaso, depois descarga e tomei fôlego pra sair dali cheio de coragem - nota, não tome fôlego em banheiros de butecos, não preciso nem falar pq, né? Quando sai ela ainda estava dentro do reservado, esperei, mexi no celular, tentei despistar... ...ao fundo ouvi a porta se abrindo, era ela. Lavou as mãos e passou por mim. Eu, mais uma vez fiquei lá, estático, só pensando no gosto que ela devia ter e com o barulho da torneira pingando na minha cabeça...

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Numa garimpagem excêntrica, numa tentativa rústica de identificar o desnorteio (da psique) de um outrem que, em meio a confusão da dor, do ser, do vir e do está é que buscamos os melhores contos, histórias, realidades, fantasias, dramatizações, drasticidades e a honestidade do amargo, na qual somos complacentes do contexto ímpar, porém não único da vida de um HOMEM, de sua "catarse" sentimental diante de um balcão de bar.


Rodolpho Bastos
&
Tim Pires

Afinados

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